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Smart Tvs – Comparando os sistemas operacionais – Revista Home Theater

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Estou compartilhando o artigo publicado da Revista Home Theater. Um retrato do atual cenário das melhores SmartTvs do mercado. Leia antes de escolher a sua.

05/10/2015, por Alex dos Santos

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O acesso à internet pela tela do TV mudou completamente os hábitos dos telespectadores. Antes, era preciso ter uma rede cabeada, ou um adaptador USB/wireless. Havia poucos aplicativos: YouTube, Facebook, Twitter e alguns sites de notícias. A seguir, vieram os TVs com Wi-Fi embutido, navegador e apps de vídeo sob demanda, como Netflix. Hoje, é possível conectar instantaneamente o TV a uma rede sem fio, acessar centenas de aplicativos, assistir por streaming a filmes com resolução 4K e jogar videogames sem console.

O controle remoto dos TVs atuais possui microfone e aceita comandos por voz; comunica-se com a tela por Bluetooth, servindo como mouse ou cursor, com sensor de movimentos ou touchpad. Os TVs Smart possuem processadores de alto desempenho e sistema operacional, como os computadores, com plataforma multitarefas que pode processar mais de uma tela ao mesmo tempo, de forma mais intuitiva e integrada.

Outra mudança está nas configurações de hardware. Alguns TVs trazem processador de quatro núcleos (Quad-core), memória RAM e armazenamento interno de 4GB, expansível com pen-drive, disco rígido ou cartão SD.

Analisando todas as marcas em nossa sala de testes, procuramos examinar o desempenho dos TVs em quesitos que hoje são fundamentais: facilidade de navegação, rapidez e precisão no processamento multitarefas. Cada fabricante utiliza um sistema operacional diferente, e isso significa que a forma de “navegar” pelos canais, aplicativos e demais recursos varia conforme a marca.

LG WEBOS 2.0

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Lançada em 2014, a plataforma de código aberto que equipa os TVs LG é descendente direta de um sistema operacional utilizado em smartphones. É baseada em ícones de layout descomplicado, bem mais leve e de boa fluidez, que surge na parte inferior da tela e se movimenta para ambos os lados em uma única linha. Por isso, oferece navegação rápida e intuitiva, tornando a experiência mais agradável, apesar da grande quantidade de funções desses aparelhos.

O sistema Web OS permite reposicionar esses ícones, acionar aplicativos de streaming, redes sociais, videochamada (se houver câmera), alterar entre TV ao vivo, gravador PVR (Time Machine), conexões (HDMI, USB) e dispositivos conectados à rede. Dá para acessar a internet e abrir várias abas sem interromper o canal que se está assistindo; ou pausar a reprodução de um filme no Netflix para fazer buscas, sem ter de recomeçar ao retornar ao aplicativo.

Como nos demais sistemas, há uma loja de aplicativos gratuitos e pagos, de jogos, filmes em HD e 3D, e recomendações de séries e programas de TV. Os TVs Ultra-HD lançados em 2015 pela LG possuem decoder HEVC, que habilita a reprodução de conteúdos 4K de serviços como o Netflix. O controle remoto tem microfone e sensor de movimentos, e se transforma em mouse para navegar em sites e apps. E, via Bluetooth, pode comandar player e receptor de TV paga armazenando os códigos dos aparelhos.

PANASONIC SMART VIERA

O principal destaque é o recurso my Home Screen, no qual é possível criar telas iniciais com aplicativos favoritos de redes sociais, serviços de streaming, previsão de tempo, notícias, navegador etc. Basta dizer “my Home Screen” para o controle, que tem microfone e touchpad, que o aparelho reconhece seu rosto – se houver câmera (integrada ou opcional) –, identifica as preferências e torna a experiência mais pessoal para cada membro da família.

O painel my Stream dá sugestões de vídeos da internet, de algum dispositivo conectado à rede ou de programas de TV gravados em um pen-drive (PVR). Nos nossos testes, as pesquisas por voz funcionaram bem, permitindo buscas rápidas no Google, assim como o Assistente de Voz, que lê e reproduz textos da internet e do menu, com aquela “voz robótica”. Apesar da plataforma não ser muito rápida, a navegação é intuitiva e podem ser baixados centenas de apps, de variadas categorias.

No modelo 4K top de linha (veja aqui um vídeo com o teste), conseguimos assistir a imagens Ultra-HD a partir do Netflix e YouTube. O processador Quad-core não negou desempenho com qualquer aplicativo. Com o serviço de compartilhamento em nuvem my Home Cloud, o usuário pode trocar fotos e vídeos com amigos, pela internet. O uso não é tão fácil num primeiro momento, exige o cadastro de códigos correspondentes aos dispositivos de cada pessoa a ser adicionada.

Também integrados à plataforma, os recursos Miracast (espelhamento) e Swipe&Share 2.0 (transfere fotos e vídeos de um smartphone, na forma de “arrastar e soltar”), funcionaram sem falhas, embora com certa lentidão. A Panasonic já lançou no Brasil TVs Smart Ultra-HD com sistema operacional Firefox, de código aberto.

SAMSUNG TIZEN

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A empresa decidiu desenvolver um sistema operacional exclusivo para sua linha de TVs Smart. O Tizen, plataforma baseada em Linux, apresenta layout mais intuitivo que a anterior Smart Hub. Os apps agora aparecem em uma única tela, visualmente mais leve, e também numa barra “enxuta” na parte inferior, tornando mais rápido o acesso enquanto se assiste a qualquer conteúdo. Essa barra exibe recomendações personalizadas e conteúdos recentes, como canal de TV, fonte de sinal e aplicativos, que podem ser adicionados ou apagados.

Na parte superior da tela, uma outra barra, com opções de entradas, Wi-Fi Direct e espelhamento, permite compartilhar conteúdos em um clique. Só sentimos falta de um ícone para ir direto aos ajustes de imagem do aparelho. Já a comunicação Bluetooth, configurada para menor consumo de energia, fica habilitada durante todo o tempo, para conexão de até cinco dispositivos móveis simultaneamente. A Samsung diz que é possível assistir a conteúdos de emissoras em smartphones e tablets conectados à rede, mesmo que o TV esteja desligado – mas não conseguimos isso em nossos testes.

Outro atrativo dos TVs Smart Samsung é o serviço de jogos em nuvem Gamefly. Estão disponíveis mais de 50 títulos (com resolução de até 720p), como PES 2015, Batman, Star Trek, Grid 2 e Just Dance Now, com previsão de chegar a 80 até o fim do ano. Todos exigem conexão de pelo menos XXMbps, e são jogados via streaming. O jogador pode escolher entre mais de 15 modelos de gamepads, via cabo ou Wi-Fi, de várias marcas, com sincronização de smartphones e tablets da linha Galaxy. Esse serviço exige assinatura mensal.

O que vimos em nossa sala foi a versão Beta dessa plataforma, com jogos demos gratuitos. Um novo controle remoto, Samsung Smart Remote, com sensor de movimentos, microfone e ponteiro, facilita a navegação pelos aplicativos e pode ser usado em alguns jogos mais simples. Os TVs Ultra-HD lançados este ano têm processador Quad-core e decoders HEVC e VP9, para reprodução de conteúdos 4K do Netflix, Globosat Play 4K e YouTube; modelos das linhas Super Ultra-HD trazem processador mais potente, de oito núcleos (Octa-core).

SEMP TOSHIBA SMART TV PLUS

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Uma plataforma estática, sem menus interativos, porém fácil de navegar por um controle remoto convencional. Neste TV Smart, encontramos aplicativos básicos como Netflix, YouTube, redes sociais e navegador Opera. Este é bem conhecido de quem usa smartphone para acesso à internet. Navegamos em portais carregados de fotos, vídeos e animações como se fosse um desktop. O controle remoto vem com teclas diretas para Netflix e YouTube, o que agiliza o acesso, mas não traz touchpad ou ponteiro com acelerômetro para facilitar a rolagem nas páginas. A saída foi partir para um teclado com mouse sem fio, como o da Microsoft.

Centenas de apps podem ser baixados da Opera Store, incluindo jogos e canais com conteúdos variados de diversos países. Para navegação, não é necessário interromper a imagem vinda de uma fonte HDMI ou TV aberta, exibida em uma janela no canto da tela. Uma desvantagem é a ausência do decoder HEVC, componente interno fundamental para ver imagens 4K de séries do Netflix, por exemplo. Outra baixa importante é a falta de decoder Dolby Digital/Digital Plus, que permitiria conduzir o sinal de áudio 5.1 de filmes e séries para um receiver, por uma conexão digital de áudio ou HDMI ARC.

SONY ANDROID TV

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A interface deste TV, semelhante à do Android Lollipop 5.0 para dispositivos móveis, deve ser familiar para quem já usa o sistema operacional mais popular do mundo. Isso graças às ferramentas oferecidas pelo Google, praticidade de navegação e infinidade de aplicativos fáceis de encontrar: por enquanto, são mais de 120 apps oferecidos no Brasil através da loja Google Play. Há diversos conteúdos pagos e gratuitos para streaming de filmes (Play Filmes), jogos (Play Games), música (Play Music), canais de TV, players de mídia, como o excelente VLC, e outros que tornam o TV compatível com qualquer formato de vídeo.

Decoders HEVC e VP9 internos viabilizam o streaming de imagens Ultra-HD de séries, programas e documentários de Netflix, Globosat Play 4K e YouTube. Durante o período de testes, foi possível começar a jogar no TV e continuar a mesma fase em um tablet Android logado no Google. E, por Bluetooth, dá para parear até quatro controles Dual Shock ou gamepads em jogos multiplayers.

Outro benefício é a integração Google Cast, para exibir vídeos do YouTube e outros apps reproduzidos num smartphone com apenas um toque. Pode-se fazer pesquisas por voz e obter recomendações de conteúdos baseadas nos interesses do usuário. Em nossos testes, fizemos buscas sobre previsão do tempo, por exemplo, com resultados mais precisos e completos que em outras plataformas, talvez devido ao próprio Google.

Ao “chamar” o menu de aplicativos, o programa secundário – seja filme ou programação de emissora – que se está assistindo não precisa ser interrompido. As entradas e apps estão interligadas para facilitar o chaveamento de fontes e o uso de apps simultaneamente. Com touchpad, microfone e NFC, o já conhecido controle One-Flick da Sony – que acompanha TVs acima de 55” – não tem acelerômetro, mas é rápido na navegação sobre aplicativos baixados da Play Store, e ainda pode ser usado em jogos.

O QUE VOCÊ PRECISA SABER:

Plataforma – Como cada fabricante oferece o seu sistema operacional, tente verificar na loja a rapidez na alternância entre aplicativos, compatibilidade com portais de vídeos e a fluidez das páginas, a fim de checar possíveis travamentos;

Aplicativos – A quantidade é importante, mas confira se são realmente úteis. Acesse a loja de apps do fabricante para checar se seus preferidos estão disponíveis;

Comando por voz – É um recurso cada vez mais usado. Se for do seu agrado, procure avaliar ainda na loja se funciona (e como);

Processador – Assim como num computador ou smartphone, a velocidade para abrir páginas e executar tarefas múltiplas é importantíssima. Não são todos os fabricantes que divulgam essa característica. Os modelos top de linha de cada marca trabalham com chips Quad-core, mais avançados, com desempenho compartilhado entre processamento de imagem, carregamento e uso de aplicativos;

Games – Para quem gosta, é interessante verificar a variedade de jogos oferecidos e as especificações do processador. Mas lembre-se: nenhum TV substitui um console com todo o seu poder de memória e processamento;

Memória – Outro item que, infelizmente, nem todos os fabricantes informam. Mas a maioria dos TVs Smart tem entre 2GB e 4GB. A capacidade de armazenamento determina a quantidade de aplicativos que se pode baixar; verifique se o TV permite expansão via pen-drive, disco rígido externo ou cartão SD;

Controle remoto – Para navegar e digitar endereços em sites e comentários nas redes sociais, não é nada prático. Quase todos os modelos hoje são compatíveis com teclado USB sem fio. Mas claro que a versatilidade e agilidade do controle são essenciais no uso do TV. Melhor ainda quando traz touch pad, acelerômetro e microfone. Algumas marcas permitem baixar o aplicativo de controle para tablet e smartphone, que inclui teclado virtual para facilitar a digitação;

Webcam – Se você gosta de videochamadas, prefira um TV com câmera integrada, ou que aceite webcam opcional;

Streaming em 4K – Para o TV deve ter decoder HEVC, também chamado H.265, para descompressão do sinal 4K transmitido via streaming, de serviços como Netflix e Globosat Play 4K. Já o Google adota o decoder VP9, usado apenas nos TVs Samsung e LG.

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